



Colegas, segue-se nesta postagem a minha contribuição para o filme Fahrenheit 451, visto hoje no nosso Encontro Cultural. A origem da postagem foi baseada na Wikipédia com livre interpretação minha.
Fahrenheit 451 é um romance de ficção científica, escrito por Ray Bradbury e publicado pela primeira vez em 1953. O romance apresenta um futuro onde todos os livros são proibidos, opiniões próprias são consideradas anti-sociais e hedonistas (busca incessante do prazer como opção de vida), e o pensamento crítico é suprimido. O personagem central Guy Montag, trabalha como “bombeiro” (o que na história significa “queimador de livro”). O número 451 refere-se à temperatura (em Fahrenheit) na qual o papel ou o livro incendeia (cerca de 232 graus Celsius). A versão do filme que vimos hoje (29/5/2009) foi lançada em 1966.
Através dos anos, o romance foi submetido a várias interpretações primeiramente focadas na queima de livros pela supressão de idéias dissidentes. Bradbury havia declarado que o romance não trata de censura, ele declara que Fahrenheit 451 é uma história sobre como a televisão destrói o interesse na leitura. (Vocês devem se lembrar da abertura do filme onde se destacam as antenas externas de TV que aparecem nas casas e também quando a vizinha de Clarisse aponta para o teto da casa desta como não tendo antena e como tal sendo oposta ao regime vigente).
Ray Bradbury declarou que todo o romance foi escrito nos porões da biblioteca Powell, localizada na Universidade da Califórnia em uma máquina de escrever alugada. A sua intenção original em escrever Fahrenheit 451 era mostrar seu grande amor por livros e bibliotecas. Ele freqüentemente se refere a Montag como uma alusão a ele mesmo.
Fahrenheit é contado em um futuro inespecífico em uma América hedonista e anti-intelectual que perdeu totalmente o controle. Qualquer um que é pego lendo livros é, no mínimo, confinado em um hospício. Quanto aos livros, são considerados ilegais e, uma vez encontrados na posse de alguém, são queimados pelos "bombeiros". Os livros ilegais achados são principalmente obras famosas como Whitman, Faulkner e outros. O protagonista, Guy Montag, é um bombeiro que, seguindo a profissão de seu pai e de seu avó, tem certeza de que seu trabalho (queimar livros e a casa que os abrigam, bem como perseguir as pessoas que os detêm) – é a coisa mais certa a fazer.
Uma noite, voltando de seu trabalho, ele encontra sua nova vizinha, Clarisse McClellan, cujo livre-pensamento e espírito questionador o estimula a reconsiderar seu próprio estilo de vida, seus ideais, e sua noção de felicidade.
Depois do encontro com Clarisse, Montag volta para casa e encontra sua esposa, Mildred, dormindo com um frasco vazio de pílulas ao seu lado. Ele liga para ajuda médica, e dois técnicos são mandados para sugar o sangue de Mildred com uma máquina e inserir um novo nela. O total descuido dos técnicos com Mildred faz Montag repensar a situação de sua atual sociedade.
No dia seguinte, enquanto revistava a casa repleta de livros de uma senhora para depois incendiá-la, Montag acidentalmente lê uma linha de um de seus livros, a qual dizia: “O tempo adormeceu sobre o sol da tarde”. Esse trecho o incita a roubar o livro por pura curiosidade, e muitos outros mais tarde. A mulher que se recusa a deixar a casa e seus livros prefere riscar um fósforo e queimar junto com eles, agonizando na combustão. Isso perturba grandemente Montag, que se pergunta porque alguém cometeria suicídio por livros que, ao menos para ele, eram inúteis.
Quando volta para casa achando estar doente, obviamente perturbado com o suicídio da mulher, ele recebe a visita do seu chefe, o Capitão Beatty, que lhe explica as importâncias político-sociais de um bombeiro. O Capitão diz que a sociedade, em sua procura pela felicidade, suprimiu a literatura por um ato de auto-censura e o governo meramente tirou vantagem disso. Beatty diz que eventualmente um bombeiro rouba um livro por curiosidade, mas, se devolvido em 24 horas, tudo ficava bem. Mais tarde, Montag discute com sua mulher sobre os livros, demonstrando seu crescente desgosto por ela e por sua sociedade.
Mais tarde é revelado que Montag escondia dúzias de livros dentro do túnel do climatizador de sua casa, os quais ele tentava memorizar para preservar seu conteúdo, mas falhava porque as palavras simplesmente eram esquecidas de sua memória rapidamente.
Montag retorna ao posto de bombeiros onde trabalha e entrega a Beatty um livro. Beatty faz várias citações de livros mostrando um surpreendente conhecimento literário, para tentar provar a Montag a confusão de mensagens que os livros podem apresentar. Então soa o alarme da companhia, avisando uma próxima casa a ser queimada. Beatty teatralmente guia sua equipe e para em frente à casa de Montag. Ele revela que sabia todo o tempo de seus livros escondidos, e ordena que o próprio Montag queime sua casa. Montag vê Mildred (sua esposa), que delatou seu segredo, fugindo em um táxi. Com ordem de prisão, Montag queima os livros, mas não contente, queima também os televisores e outras lembranças de sua vida passada e ateia fogo também em Beatty e por esses crimes logo começa a ser perseguido pelas autoridades.
Montag escapa e foge procurando alguns refugiados que vivem em um lugar fora da cidade onde seria difícil de ser achado. Esses refugiados são foragidos diplomados de diversas universidades, e que talvez o pudessem ajudar. Essa informação lhe havia sido passada por Clarisse. Para a surpresa de Montag, os refugiados lhe contam que haviam criado uma técnica para salvar os livros: cada refugiado memoriza um livro, conservando seu conteúdo palavra por palavra, queimando-o em seguida para que não seja descoberto; posteriormente, tal memória é repassada a um aprendiz que, após a morte daquele que decorou a obra, prosseguirá com a tradição, até o dia em que os livros não sejam mais proibidos e o que foi memorizado possa ser, novamente, transcrito na forma de um livro. O líder do grupo, Ganger, discursa sobre a legendária fênix e seu infinito ciclo de vida, morrendo nas chamas e renascendo, acrescentando que a fênix tem alguma semelhança com a humanidade, constantemente cometendo erros e não aprendendo com o passado, entretanto o homem poderia aprender ao contrário da condenada fênix.
O romance é encerrado com leve tom otimista dando a entender que a sociedade que Montag conheceu daria origem a uma nova sociedade nascendo de suas cinzas, com um destino ainda desconhecido. Nesse novo mundo, as pessoas que liam livros de forma outrora oculta começariam a revelar-se, explicando a todos os demais de onde vieram e de que forma o conhecimento que detêm poderá transformar a vida de todos de forma positiva.
Personagens
§ Guy Montag é o bombeiro protagonista da história. Sua "metamorfose" é ilustrada através da história mostrando claramente sua transformação, ora de um leal trabalhador, outrora de um homem em conflito e um outro já totalmente liberto psicologicamente. Bradbury menciona que, após a publicação do livro, ele descobriu que Montag (pronunciada do mesmo jeito que o nome do personagem) era o nome de uma companhia que fabricava fogões.
§ Mildred Montag é a esposa de Montag. Ela tenta esconder seu vazio interior e medo de questionar seu ambiente ou a si mesma, com conversas inexpressivas, sem sentido e com imensas telas de televisão dentro de sua casa. Ela constantemente tenta alcançar um estado de felicidade, mas intimamente é sempre infeliz. Mildred tenta se suicidar no começo do livro se dosando com altas doses de pílulas para dormir. Ela é usada simbolicamente como o oposto de Clarisse McClellan. Ela no filme de 1966 de Truffault é conhecida como Linda Montag.
§ Clarisse McClellan apresenta todas as características contrárias de Mildred. Ela é extrovertida, alegre, heterodoxa e intuitiva. Propondo a pergunta "porquê?" a Montag, ela o faz despertar para o seu auto-questionamento. Ela é impopular para outras pessoas, e malvista pelos professores por (como Capitão Beatty disse) perguntar "porquê" ao invés de "como", dedicando-se à natureza ao invés da tecnologia.
§ Capitão Beatty é o chefe de Montag e do corpo de bombeiros. Um ávido leitor, mas tragédias em sua vida fizeram-no odiar livros. Ele detesta os livros e os fatos que neles se contradizem e se contestam.
§ Granger é o líder do grupo de intelectuais exilados que tentam preservar os livros que lêem memorizando-os. Enquanto Beatty destrói, ele preserva; enquanto Beatty usa o fogo para queimar livros, ele usa com o propósito de se aquecer. A aceitação de Montag em seu grupo, é considerada o estágio final da metamorfose que o ex-bombeiro passa: deixando de seguir os valores de Beatty, de tranqüilidade e felicidade, e seguir seus próprios valores de amor ao conhecimento.
§ Amigas de Mildred representam um retrato da sociedade adormecida, no romance. Elas são exemplos de pessoas que são infelizes, mas não sabem que são. Quando Montag lê Dover Beach de Matthew Arnold, que simboliza a dor e a felicidade passada por elas, uma delas é dominada por uma emoção que ela nunca havia sentido antes.