Encontros Culturais são reuniões nas quais os participantes discutem assuntos relacionados com cultura, em seus vários aspectos, e com temas que envolvem a vida, em suas diversas possibilidades. Tais reuniões são promovidas e organizadas pelo Prof. Dr. Luiz Roberto Terron.
O filme britânico "Desejo e Reparação", dirigido por Joe Wright e baseado no romance de Ian McEwan, venceu o Globo de Ouro de Melhor Filme Dramático de 2007. Foi o filme de abertura do Festival de Veneza 2007. As filmagens ocorreram entre maio e agosto de 2006.
O filme é uma adaptação do livro "Reparação" (2001), do inglês Ian McEwan. O romance é uma obra-prima da literatura contemporânea, com diversas camadas de significados, ao mesmo tempo clássico na descrição da vida de seus personagens e moderno na maneira como mostra a imaginação de um deles interferindo na realidade apresentada.
Segundo longa de Joe Wright ("Orgulho e Preconceito"), custou US$ 30 milhões (R$ 53 milhões) e é a narrativa de como uma sucessão de mal-entendidos, seguidos de mentiras, podem ser tão devastadores quanto a guerra, pano de fundo desta história de amor.
No verão de 1935, a aristocrática Briony Tallis (Saoirse Ronan), de 13 anos, acusa o filho da governanta Robbie Turner (James McAvoy), amante da irmã mais velha, Cecilia (Keira Knightley), de um crime que não cometeu. A reparação, tardia, é pretendida por meio da arte --um livro que Briony escreve ao longo de seis décadas.
A adaptação tem a bênção do próprio McEwan. Em entrevista ao jornal inglês "The Guardian", Hampton disse que o autor "leu cada rascunho do roteiro e foi bastante assíduo". "A revelação no exato final da história foi a coisa mais complicada em termos fílmicos. Mas acredito que tenhamos conseguido [um bom resultado]."
Uma das sequências mais elogiadas em resenhas inglesas foi o travelling de quase seis minutos que mostra Robbie em meio à saída de tropas inglesas e francesas pós-Batalha de Dunquerque (1940), durante a Segunda Guerra.
No livro não há como imaginar o horror. Neste quesito o filme ganha de longe.
Vamos instituir o nosso “Oscar” dos Encontros Culturais, o qual estou chamando de “Oscarinho” (significativo, não? “Oscar” + “carinho”). E será com carinho que vamos começar o nosso jogo, a nossa brincadeira. Aí vai a “Regra do Jogo” (veja comentário sobre “A Regra do Jogo” logo a seguir):
1) Selecionei 24 filmes dentro das categorias citadas no primeiro post. 2) A cada mês (março, abril e maio) vou sugerir, aproximadamente, oito deles com as informações básicas, para que vocês possam ter uma idéia do que se trata. 3) Dentre eles será escolhido somente um filme (um filme a cada mês, portanto). 4) Nos dias dos Encontros de cada mês (27/3/2009, 24/4/2009, 29/5/2009) o filme escolhido daquele mês será divulgado. 5) Teremos no mês de junho três finalistas. 6) Durante o mês de junho vocês deverão escolher o filme “premiado”, o qual receberá o troféu “Oscarinho”. O troféu será, obviamente, sua exibição.
Pergunta: Como escolher os filmes e divulgar seu voto? Resposta: deixando seu comentário no blog.
Com essa brincadeira vocês acabarão entrando em contato com uma boa série de filmes muito interessantes. Os mais curiosos, poderão vê-los quando desejarem.
A propósito, já que estamos falando sobre filmes, “A Regra do Jogo” (La Règle du Jeu) é um ótimo filme francês de 1939, uma comédia “dramática” dirigida por Jean Renoir (note que esse filme não está na nossa lista, pois não trata do assunto dos Encontros. Só está citado por brincadeira. Não está entre aqueles a serem escolhidos).
Bem, vamos para a lista dos candidatos do mês de março/2009!
Candidatos ao “Oscarinho” do mês de março
Categoria (1)
Filmes nos quais os livros são usados como meio de mudar, educando, o comportamento de uma pessoa ou de uma comunidade.
1. Escritores da Liberdade
Filme excelente, baseado em história real, tataraneto do clássico “Ao Mestre com Carinho”, tem “happy-end” só que aconteceu, mesmo!. O filme conta a história de Hilary Swank, uma jovem e idealista professora que tenta inspirar seus alunos-problemas a aprender algo mais sobre tolerância, valorizar a si mesmos, investir em seus sonhos e principalmente dar continuidade a seus estudos além da escola básica. Usa, para isso, a literatura. Mas encontra dificuldades em convencer a direção da escola que isso seria possível. Joga-se de corpo e alma em sua proposta a custa da sua vida pessoal. Vale a pena ser visto. http://www.imdb.com/title/tt0463998/ (em inglês) http://pt.wikipedia.org/wiki/Freedom_Writers http://recantodasletras.uol.com.br/resenhasdefilmes/641978 http://www.espacoacademico.com.br/082/82lima.pdf (um texto em pdf publicado na revista on-line Revista Espaço Acadêmico, nº 82, março de 2008)
Cinco mulheres e um homem fazem parte de um grupo de leitura dos livros de Jane Austen. Lêem e se reúnem para discutir o que leram. Através dessas atividades passam a aceitar melhor as mudanças ocorridas em suas vidas. Intriguinhas de amigas fofoqueiras, moça austera que pretende ser o avesso da mãe (“hiponga” e maconheira), traições de maridos, separações, divórcios, descoberta de desejo e paixão: belos ingredientes para o banquete a ser proporcionado pelas leituras e reuniões. Um filme muito interessante, mas que funciona melhor para quem já leu vários livros da escritora em questão – ou assistiu filmes adaptados de seus romances (por exemplo: Razão e Sensibilidade, Orgulho e Preconceito, Mansfield Park, Emma). Vale a pena assistir a esse despretensioso filme em dia chuvoso e sem se preocupar muito com os livros em si, mas o que acontece na vida dos personagens. http://www.imdb.com/title/tt0866437/ (em inglês) http://50anosdefilmes.com.br/2008/o-clube-de-leitura-de-jane-austen-the-jane-austen-book-club/ http://en.wikipedia.org/wiki/Jane_Austen (vida e obra da autora, em inglês) http://janeausten.com.br/?page_id=42 (lista de Filmes, séries, documentários baseados na vida e/ou na obra de Jane Austen – em português).
Esse filme está em cartaz nos cinemas da cidade (no momento que escrevo este resumo – 8/3/2009). Para quem ainda não assistiu, aí vai uma breve sinopse. Na Alemanha pós-2ª Guerra Mundial o adolescente Michael Berg (David Kross) se envolve, por acaso, com Hanna Schmitz (Kate Winslet), uma mulher que tem o dobro de sua idade. Apesar das diferenças de classe, os dois se apaixonam e vivem uma bonita história de amor. Até que um dia Hanna desaparece misteriosamente. Vários anos se passam e Berg, então um interessado estudante de Direito, se surpreende ao reencontrar seu passado de adolescente quando acompanhava um polêmico julgamento por crimes de guerra cometidos pelos nazistas. Mais uma vez temos “La Winslet” como a grande vencedora: Oscar de Melhor Atriz, Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante e BAFTA de Melhor Atriz. O filme também fez bonito: teve outras indicações ao Oscar (nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Fotografia), ao Globo de Ouro (Melhor Filme - Drama, Melhor Diretor e Melhor Roteiro) e ao BAFTA (Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Fotografia). Quem ainda não viu, veja. Se não, vote para ver no nosso quarto Encontro. Se bem que, dentro do nosso pequeno “Oscar”, existem concorrentes de peso. Uma curiosidade: o título em inglês desse filme (The Reader) é o mesmo do segundo filme que está programado (24/4/2009), para os países de língua inglesa (o título original é La Lectrice - http://www.imdb.com/title/tt0095511/). http://www.imdb.com/title/tt0976051/ http://veja.abril.com.br/videos/cinema/leitor-419966.shtml (Um vídeo onde Isabela Boscov fala sobre o filme 'O Leitor'). http://vejabrasil.abril.com.br/fortaleza/a/filmes/12219/o-leitor/ (Outra crítica da Veja sobre o filme)
Grady Tripp (Michael Douglas) é um professor universitário de literatura inglesa, consagrado pelo seu primeiro e único romance, mas que passa por uma crise pessoal e literária tentando dar vida ao seu segundo livro. Comanda um curso para alunos excelentes e, nas aulas, comenta os escritos dos pupilos. Em meio a uma conturbada relação extra-conjugal com a mulher de seu chefe e reitora da universidade (que está grávida de um filho seu), a pressão de seu editor (Robert Downey Jr.), a dúvida em voltar para a antiga namorada e a tentativa de ajudar um de seus alunos (Tobey Maguire) que parece estar na iminência de um colapso psicológico, Tripp, entre um cigarro de maconha e outro, busca um rumo para sua vida e seu futuro profissional. Um filme meio “pirado” e desconexo mas com ótimas atuações, principalmente do jovem ator que faria anos depois o “Homem-Aranha” (Tobey Maguire) – como pode ser visto no filme sugerido, o rapaz estava treinando há tempos...) http://www.imdb.com/title/tt0185014/ (em inglês) http://www.adorocinema.com/filmes/wonder-boys/wonder-boys.asp http://www.webcine.com.br/notaspro/npgarinc.htm
6. O Destino – Le Destin / Al Massir (título original)
É um filme franco-egípcio, roteirizado e dirigido pelo cineasta egípcio Youssef Chahine e lançado em 1997. Um filme histórico ambientado na Córdoba do século XII, que conta uma parte da vida de Alu’l Walid Mohammed Ibn Ahmed Mohammed Hafld Ibn Rusd, no Ocidente, conhecido como Averróis, filósofo, médico e juiz de Córdoba. Averróis possuía um grupo de aprendizes aos quais transmitia seus conhecimentos, além de ser um grande escritor. Especificamente o filme retrata o período que Averróis torna-se uma ameaça ao Califa Al Mansur, que busca apoio de um grupo de fundamentalistas, acaba influenciado, e ordena a queima de todas as obras de Averróis; contudo alguns seguidores, amigos e familiares do filósofo decidem fazer cópias de seus livros e levá-los para além das fronteiras da Península Ibérica. O Destino não é apenas um relato sobre a vida de Averróis, em suas entrelinhas podemos perceber, que Chahine, mostra uma Al-Andaluz, e neste caso Córdoba, tolerante com as diversidades, culta, produtora de conhecimentos, inventiva e alegre; mas que com a ação de grupos fundamentalistas torna-se intolerante e perseguidora. Um mal que acompanha os homens, sejam Orientais ou Ocidentais. Em suma: é filme lindo, maravilhoso, com músicas e danças contagiantes. Participou da 21a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, não passou no circuito, não foi lançado no Brasil, nem em VHS e nem em DVD. É uma das melhores opções, mas possível de conseguir somente com legendas em inglês ou francês. http://www.imdb.com/title/tt0119629/ (em inglês) http://www.mostra.org/21/portug/filmes/destino-p.htm http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=957 http://www.youssefchahine.us/index2.html (site do cineasta Youssef Chahine)
Trailer de: O Destino – Le Destin / Al Massir Não existem trailers, mas sim algumas cenas do filme:
O filme se passa na Alemanha Oriental, na década de 70. Conta a história da jovem Sonja, estudante querida em sua comunidade e premiada como ensaísta, que resolve se inscrever num concurso de monografias sobre o tema “Minha Cidade Durante o Terceiro Reich”. Usando das relações e do prestígio de seus parentes, Sonja pensa que será fácil obter informações nos arquivos de sua cidade. Mas nem todos querem colaborar. Ninguém quer remexer o passado, se envolver. E a jovem tem que enfrentar a sociedade, numa desagradável busca, num momento inoportuno. Ela insiste, mas a cidade quer silenciá-la. Sonja resolve atingir seu objetivo, nem que para tanto leve toda sua vida para ter acesso aos arquivos, às verdades dos que viveram sob o regime nazista. A verdade é que durante a reunificação das Alemanha, surge um filme perversamente cômico que acusa os alemães ocidentais de serem hipócritas incorrigíveis – ontem eram nazistas, hoje são democratas liberais, amanhã, serão o quê? Um filme sarcástico baseado em uma história real, um “Julgamento de Nuremberg” às avessas e tragicômico onde o caso acaba na justiça e...bem, não vou contar mais nada!. http://www.imdb.com/title/tt0100557/ (em inglês) http://www.inicepg.univap.br/INIC_07/trabalhos/humanas/epg/EPG00360_01C.pdf (texto em pdf que analisa o filme sob a ótica da “dinâmica do espaço urbano e a responsabilidade do planejador em criar identidades e fornecer as ferramentas necessárias para a formação do ser histórico, do indivíduo enquanto cidadão”. – Entenderam? Esse texto foi apresentado em congresso de Iniciação Científica). http://www.dgz.org.br/dez03/Art_06.htm (outra peça acadêmica com leitura que considera “o texto fílmico em seu todo, as mensagens dos códigos cinematográficos e não cinematográficos, enfim, os recursos utilizados para direcionar uma ou várias leituras.” Entenderam também? – Aparentemente a academia gostou de analisar este filme). http://melhoresfilmes.com.br/filmes/uma-cidade-sem-passado http://mostra.locaweb.com.br/30/exib_filme_arquivo.php?ano=1&filme=917
O filme trata das estranhas mortes que vêm acontecendo em um mosteiro beneditino localizado na Itália durante a baixa Idade Média. As vítimas aparecem, misteriosamente, sempre com os dedos e a língua negros. O mosteiro guarda uma imensa biblioteca, onde somente alguns poucos monges têm acesso às publicações sacras e profanas. A chegada de um monge franciscano (Sean Conery), juntamente com seu auxiliar noviço, incumbido de investigar os casos, irá mostrar o verdadeiro motivo dos crimes, resultando na instalação do tribunal da Santa Inquisição. Heresia dos Cátaros, mortes em fogueiras, descoberta do sexo pelo noviço são tramas laterais. É uma ótima diversão quando guarnecida com boa pipoca (mas sem manteiga!).
